sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Consumismo" é o tema da Escola Tancredo no 7 de setembro

Texto oficial para o desfile da Escola Estadual Presidente Tancredo Neves nas comemorações da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2011, Taiobeiras (MG). Autor: Prof. Levon do Nascimento.









Neste 7 de setembro de 2011, quando se completam 189 anos da Independência política e administrativa do nosso Brasil, a Escola Estadual Presidente Tancredo Neves tem o orgulho de propor uma reflexão que vai além das questões sociais, políticas e econômicas do país. Falamos, verdadeiramente, do futuro do Planeta Terra, do prosseguimento da existência humana e da salvação da vida, como um todo.

O modo de produção capitalista, em sua ditadura do consumo, é pródigo na produção de tecnologias supérfluas e descartáveis. Tudo para nos fazer sentir necessidade daquilo que não necessitamos. Não há freio para a inovação. Todos os dias, novidades são lançadas no mercado. No entanto, o objetivo não é o bem estar da pessoa humana. A meta é, sempre e mais, o acúmulo do capital e o enriquecimento de poucos indivíduos e grupos econômicos, num mundo onde bilhões de homens, mulheres, idosos e crianças são vistos como meros fantoches em suas mãos.

O discurso e a propaganda conduzem as mentes e os corações de todos, especialmente dos mais jovens, não para o verdadeiro exercício da sabedoria e do discernimento, mas para a alienação e a cobiça. Diariamente escutamos e vemos:

– “Compre!”;
– “Você não pode deixar para depois, compre agora!”;
– “Seja feliz, peça já para o seu pai ou a sua mãe!”;
– “Você precisa!”.

Será que precisamos mesmo? No capitalismo, a única coisa que interessa é que o Ser Humano se transforme em nada mais do que um CONSUMIDOR. Você só é gente se consumir. Consumir, eis o verbo mágico dos tempos em que vivemos. “Consumo, logo sou”, poderia se dizer, parafraseando o grande filósofo Descartes. A pessoa só é vista como gente quando se porta como uma grande compradora e devoradora de bens de consumo.

O ser humano está se reduzindo à condição parasitária de um grande produtor de reservas de lixo, fruto do consumo desenfreado, frenético e sem planejamento. A moda e os modismos nos induzem e incutem em nós o desejo irrefreável de comprar, usar e descartar. Novamente, comprar, usar e descartar. E assim por diante, comprar, usar e descartar.

Está chegando o dia em que a Terra, nossa casa e nossa mãe, não aguentará mais tanto descarte, tanto lixo, tanta cultura e tanta moda de destruição voraz.

Enquanto uns consomem muito, até aquilo de que não têm necessidade premente, outros, como nas periferias das cidades e do mundo, passam fome, frio e sofrem das mais variadas doenças, além de estarem sujeitos às intempéries climáticas resultantes da própria má-ação humana sobre o meio ambiente.

Reflitamos: Que nosso consumo seja controlado e dentro do necessário para suprir a existência. Sejamos seres humanos livres. Libertos e independentes, porque há algo em nosso coração. Nãos mais escravos dos produtos descartáveis com os quais enfeitamos nosso corpo e nossa alma! Mais do que aparência consumista e artificial, tenhamos consistência e conteúdo interior.